Poucas coisas são tão reconfortantes quanto aquele delicioso cheirinho de pão recém-saído do forno. Item de consumo indispensável na mesa do brasileiro, o pão é o grande chamariz do setor de padarias e confeitarias. De acordo com um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/food-truck-um-modelo-de-negocio-promissor-na-area-alimenticia/" target="_blank" rel="noopener">Micro e Pequenas Empresas </a>(SEBRAE Nacional) e Associação Brasileira de Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), em parceria com o Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITCP), a panificação está entre os seis maiores segmentos industriais do país.
<figure id="attachment_5279" aria-describedby="caption-attachment-5279" style="width: 902px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Vilson-Borganamm-padarias.png"><img decoding="async" loading="lazy" class="size-full wp-image-5279" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Vilson-Borganamm-padarias.png" alt="Vilson Borgamann: &quot;o pão é o carro-chefe, mas agregar produtos e serviços ao negócio se tornou fundamental&quot;" width="902" height="353" /></a><figcaption id="caption-attachment-5279" class="wp-caption-text">O &#8221; pão nosso de cada dia&#8221; é o carro-chefe, mas agregar produtos e serviços ao negócio se tornou fundamental. Vilson Borgamann, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Paraná, reforça: &#8220;o pão é a vitrine, mas o mix de produtos fideliza&#8221;</figcaption></figure>
Em outro levantamento realizado pela ABIP em conjunto com o ITCP, em 2015, as empresas do segmento registraram um crescimento de 2,7%, com faturamento chegando a R$84,7 bilhões. Mas nem só do bom e velho pãozinho vivem estes negócios. Quem explica é Vilson Felipe Borgamann, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no estado do Paraná (SIPCEP): “Quando o estabelecimento tem um bom pão, ele serve como a vitrine da padaria e, assim, <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/eu-consumidor-o-que-voce-espera-quando-vai-as-compras/" target="_blank" rel="noopener">consegue puxar cliente</a>. É importante que o dono preze pela qualidade do pão, mas para fidelizar o consumidor é preciso oferecer um mix de produtos e serviços”, conta. No Paraná, o setor possui 4.500 lojas e, de acordo com Borgamann, 70% delas são <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/e-logo-ali-virando-a-esquina-entenda-a-forca-do-comercio-de-bairro/" target="_blank" rel="noopener">micro e pequenas empresas</a> – um nicho relacionado com outros segmentos da economia,  potencial gerador de empregos e distribuidor de renda.
<h2>É hora de ampliar os negócios</h2>
 Por muitos anos as empresas do segmento se pautaram em modelos mais tradicionais. Mas o <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/marketing/de-olho-no-mercado-leva-informacoes-ineditas-sobre-o-consumidor-local-a-cascavel/" target="_blank" rel="noopener">consumidor tem se tornado mais exigente</a>: quer comodidade e qualidade para diferentes momentos do cotidiano.  <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/servicos-de-delivery-sao-boa-aposta-para-empresarios-do-parana/" target="_blank" rel="noopener">A palavra é inovação</a>! Em diversos locais, as padarias se tornaram centros de convivência e gastronomia. “Hoje, quando o cliente entra em uma padaria, espera encontrar um bom café da manhã, opções variadas de lanches e até almoço”, diz Borgamann.
Quem entendeu bem essa necessidade de mercado e investiu na <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/inovacao/experiencias-diferentes-podem-inspirar-seus-consumidores/" target="_blank" rel="noopener">inovação do seu negócio</a> foi o empresário Sandro Alves Chueiri, proprietário da panificadora TEC’S, em Telêmaco Borba. “Estou no ramo de panificação há 24 anos, com ajuda dos meus pais, Rachid e Célia, precursores do negócio. Há cinco anos resolvi apostar em um novo modelo e ampliar o meu leque de serviços aqui em Telêmaco Borba. Atendo de manhã, à tarde e à noite. A TEC’S se tornou um ponto de encontro na vida dos nossos clientes, nosso espaço é amplo e servimos almoço, buffet de sopas, pizzas e até sushi e bebidas”, conta.
<figure id="attachment_5277" aria-describedby="caption-attachment-5277" style="width: 900px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Panificadora-TECS-telemaco-borba.png"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-5277 size-full" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Panificadora-TECS-telemaco-borba.png" alt="Panificadora TEC´s, em Telêmaco Borba, já é ponto de encontro na cidade. Sandro Chueiri, proprietário, destaca o mix de serviços: &quot;oferecemos almoço, pizza, jantar e até sushi&quot;" width="900" height="303" /></a><figcaption id="caption-attachment-5277" class="wp-caption-text">Panificadora TEC´s, em Telêmaco Borba, já é ponto de encontro na cidade. Sandro Chueiri, proprietário, destaca o mix de serviços: &#8220;oferecemos almoço, pizza, jantar e até sushi&#8221;</figcaption></figure>
De acordo com o presidente do SIPCEP, este modelo de negócios é algo único no mundo. “Só na Brasil vemos panificadoras com tanta diversidade de produtos e serviços. O formato tem dado tão certo que países como a China estão importando nosso jeito de consumir”, ressalta.
A época do ano &#8211; como a chegada do inverno! &#8211; também é um fator a ser levando em conta para o faturamento do setor. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no estado do Paraná, além de observar um aumento no consumo de panificados na estação, é uma boa hora de apostar em produtos que combinem com a estação: um buffet de sopas parece uma boa pedida – e segundo Chueiri, a fórmula dá certo! Além da marca TEC’S, em Telêmaco Borba, o empresário tem <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/comer-comer-para-matar-a-fome-ou-empreender/" target="_blank" rel="noopener">novos projetos em Curitiba</a>, onde possui mais duas padarias, sempre com foco no atendimento: &#8220;É importante destacar: neste negócio, o bom atendimento  impacta o fluxo de consumo&#8221;.
<h2>Novas necessidades de consumo, mais oportunidades para o setor</h2>
 Produtos diet, light, orgânicos, pães integrais e confeitaria fina. As pessoas estão mais atentas às <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/saude-pra-dar-e-vender-sim/" target="_blank" rel="noopener">novas opções alimentares</a>  e procuram por elas. De acordo com Borgamann, é hora de prestar atenção aos produtos diferenciados e investir em sua produção. O próprio SIPCEP, por exemplo, tem uma agenda recheada de cursos e palestras para trazer essas novidades ao mercado. “Queremos sinalizar para o empresário este potencial de crescimento e a importância de inovar no mercado”, diz.
Para Chueiri, produtos integrais não têm tanta saída, mas mesmo assim, reserva alguns dias da semana para a produção destes itens. O que chama a sua atenção? &#8220;É interessante observar a crescente demanda por produtos sem lactose&#8221;, destaca.
<h2>Bebidas quentes: vamos inovar?</h2>
<figure id="attachment_5255" aria-describedby="caption-attachment-5255" style="width: 474px" class="wp-caption alignleft"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Oportunidade-de-Inverno-Rafael-Weber-e1463003205792.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="size-large wp-image-5255" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/05/RPC-Oportunidade-de-Inverno-Rafael-Weber-673x1024.jpg" alt="Rafael Weber, da Joseph Café: loja já sente os efeitos da chegada do inverno" width="474" height="721" /></a><figcaption id="caption-attachment-5255" class="wp-caption-text">Rafael Weber, da Joseph Café: loja já sente os efeitos da chegada do inverno</figcaption></figure>
Quem leva o prêmio no inverno, mesmo com a <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/mercosuper-cenarios-e-perspectivas-por-carlos-kawall-e-jose-pio-martins/" target="_blank" rel="noopener">economia desacelerada</a>, são os cafés. É comum, quando chega o <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/brrr-que-frio-comercio-se-prepara-para-o-inverno-2016/" target="_blank" rel="noopener">período frio do ano</a>, que os estabelecimentos modifiquem a oferta dos produtos. Para este ramo, é mais fácil flexibilizar, como explica Rafael Weber, proprietário da Joseph Café localizada dentro do Shopping São José, em São José dos Pinhais. “A procura aumenta muito quando o frio chega. Em vez de <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/para-matar-a-sede-setor-de-refrigerantes-aposta-em-tradicao/" target="_blank" rel="noopener">pedir um refrigerante</a>, que é vendido gelado, o consumidor pede algo quente. Nesses dias já senti dobrar o faturamento”, explica.
Com a loja aberta há um ano, Rafael conta que a grande vantagem de ter uma loja especializada em cafés é que, além da bebida ser preferência nacional, qualquer alteração na temperatura leva os clientes a procurarem o produto. “Para deixar mais atrativo, preparamos duas bebidas diferentes: o chocolate mexicano, que leva tequila, pimenta, canela e chantilly e o cappucino com whisky, para esquentar quem está com frio”, afirma.
Em média, a Joseph Café vende 100<a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/setor-cafeeiro-estima-crescimento-de-quase-30-em-2015/" target="_blank" rel="noopener"> cafés espressos</a> ao dia. Como valor do ticket gasto por cliente é baixo, o faturamento da loja não perde fôlego em momentos de crise, ainda mais porque este tipo de consumo faz parte das <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/o-futuro-nao-tao-distante-do-consumo-parte-1/" target="_blank" rel="noopener">pequenas indulgências</a> que o público não abre mão. “Abri minha loja lá no começo da crise econômica, mas posso dizer que nós não estamos vivendo ela, até porque café é a bebida mais consumida no mundo”, brinca.

DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.