O sonho da casa própria não mudou no Brasil. Mesmo com as mudanças provocadas pelo atípico ano de 2020, as vendas de imóveis residenciais novos no país totalizaram 189.857 unidades em 2020, um avanço de 9,8% em comparação com 2019, de acordo com levantamento divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no início do ano. Assim, o setor imobiliário se mantém pujante em um cenário de dificuldades para muitos setores.

setor imobiliário — Compras de imóveis dispararam em 2020 e tendência deve permanecer.

A capital do Paraná reforça o potencial do estado nesse sentido: segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), as vendas de imóveis tiveram alta de 6,5% e somaram R$ 2,4 bilhões no ano passado apenas na cidade.

O De Olho No Mercado conversou com corretores e analistas imobiliários de diferentes regiões do estado, que comprovam: 2021 deve ser um ano de perspectivas ainda mais otimistas, graças ao maior interesse das pessoas por imóveis maiores e confortáveis no mundo do “novo normal”.

Para analista, Foz do Iguaçu será a cidade mais rápida a se recuperar financeiramente

Analista imobiliário da CCIA Imóveis e Diretor de Marketing da Rede Simplifica Vende Mais, Samir Damen Buzanelo acredita que o setor imobiliário em Foz do Iguaçu tem perspectivas imensas, algo nunca visto antes da pandemia da Covid-19.

“Hoje, os lançamentos imobiliários estão puxando o mercado”, avalia. “Os preços e condições de pagamento são ótimos e fazem a diferença para quem quer realizar o sonho da casa própria ou, até mesmo, investir em imóveis para compra e venda ou renda de aluguel”.

Hoje, Buzanelo avalia que existam ao menos 15 empreendimentos imobiliários de grande porte em desenvolvimento na cidade, e mais de 30 de pequeno e médio porte. Assim, estima que cerca de R$ 1 bilhão, somente em produtos do mercado imobiliário, devam ser negociados nos próximos anos. A projeção do metro quadrado construído para os próximos quatro anos na cidade, avalia Buzanelo, é de R$ 8 mil/m².

“Os preços e condições de pagamento são ótimos e fazem a diferença para quem quer realizar o sonho da casa própria ou, até mesmo, investir em imóveis para compra e venda ou renda de aluguel” – Samir Buzanelo, analista imobiliário.

“Além do crescimento vegetativo natural da cidade, Foz está ‘na moda’”, define. “Os investimentos seguem também em estrutura física, lançamentos e em toda rede de imobiliárias parceiras”.

setor imobiliário — Um dos plantões de vendas da CCIA Imóveis, em Foz do Iguaçu.

Um exemplo disso, destaca Buzanelo, foi a criação e operação da Rede Simplifica Vende Mais, que nasceu de uma metodologia para lançamentos imobiliários e hoje é a maior rede de imobiliárias da região de Foz do Iguaçu, com mais de 1600 imóveis no estoque.

Ponta Grossa vê migração do aluguel para o financiamento

Para Gelisson Gugelmin, corretor de imóveis da Saint Germain em Ponta Grossa, as baixas nas taxas de juros são as principais responsáveis por uma tendência muito forte na cidade: a migração do aluguel para o financiamento do imóvel próprio.

“A procura tem sido maior na faixa de imóveis até R$ 200 mil, pois as pessoas viram a necessidade de realmente ter a sua moradia própria”, opina. “Além da baixa nas taxas de juros, os aumentos de alguns indexadores para os aluguéis, como o IGP-M, aumentaram o interesse do público em adquirir a casa própria”.

setor imobiliário — No escritório da Saint Germain, o crescimento de vendas foi 16% acima do ticket médio esperado.

Inaugurada durante o segundo lockdown ocorrido em Ponta Grossa, a Saint Germain observou um crescimento grande no primeiro trimestre de 2021, e um dado importante: um ticket médio 16% acima do esperado, que demonstra o cenário promissor para o setor nos próximos meses e, inclusive, após a pandemia.

“A procura tem sido maior na faixa de imóveis até R$ 200 mil, pois as pessoas viram a necessidade de realmente ter a sua moradia própria. Além da baixa nas taxas de juros, os aumentos de alguns indexadores para os aluguéis, como o IGP-M, aumentaram o interesse do público em adquirir a casa própria” – Gelisson Gugelmin, corretor de imóveis da Saint Germain.

“O mercado imobiliário ponta grossense tem tido uma demanda muito grande para imóveis, por isso hoje está entre as cidades que mais cresce em construção civil do Brasil”, diz Gugelmin, reforçando a importância da publicidade no setor. “Hoje, quem não estiver nesses meios de comunicação como a TV e internet está atrasado”, define.

Setor de criação e comunicação visual também sentiu o “boom” imobiliário

Com mais gente procurando imóvel, a tendência também é de uma concorrência maior. Por isso, a publicidade surge como a solução para se destacar. E até essa forma de exposição mudou no setor imobiliário. É o que conta Flávia Moro Barros, diretora de atendimento e planejamento da Porto Bureau.

“O aumento do tempo de interação das pessoas com as suas casas, durante a pandemia, fez com que aumentasse o interesse em reformas e compras de imóveis maiores”, diz. “Mais tempo em casa fez com que as pessoas tivessem mais vontade de ter um espaço que fosse a sua cara e que oferecesse o espaço adequado para a sua família, dentro das possibilidades financeiras”.

“O aumento do tempo de interação das pessoas com as suas casas, durante a pandemia, fez com que aumentasse o interesse em reformas e compras de imóveis maiores. Mais tempo em casa fez com que as pessoas tivessem mais vontade de ter um espaço que fosse a sua cara e que oferecesse o espaço adequado para a sua família, dentro das possibilidades financeiras” – Flávia Moro Barros, diretora de atendimento e planejamento da Porto Bureau.

Assim, explica Flávia, a publicidade é até uma consequência natural para os negócios. “Se o público está interessado em comprar, ele precisa ter acesso aos anúncios para saber que a construtora oferece aquele produto”, sintetiza.

Chegar no público correto, explica, é parte importante do processo de venda. Caso o potencial cliente não saiba que aquele empreendimento existe, ele não será considerado como opção de compra.

Corretora destaca o crescimento na procura por casas e sobrados em condomínios

Às vésperas de completar 45 anos, a Lobato Machado Imobiliária mantém a tradição de estar antenada às tendências e novidades do mercado. Logo, a presença digital no mundo atual se faz obrigatória, explica a corretora Fabiana Machado.

“Muito embora exista essa crescente tendência, sempre buscamos o atendimento humanizado para que o cliente tenha a melhor experiência dentro da nossa empresa”, salienta. “Acredito muito no poder da comunicação pelas mídias. A cada dia, estamos investindo mais em divulgação para apresentar a empresa no mercado e isso faz toda diferença”.

No início do lockdown, enquanto a maioria das famílias estava em casa, observou um alto índice de desocupação dos imóveis menores – como apartamentos de um quarto ou estúdios – por conta da saída de estudantes.

“Hoje, observamos uma crescente procura por casas e sobrados em condomínios horizontais fechados, tanto para venda quanto locação”, diz Fabiana. “Isso ocorreu porque as pessoas se viram muito presas em apartamentos, sem poder utilizar a área de lazer do prédio e, também, por segurança, espaço e conforto”.

“Hoje, observamos uma crescente procura por casas e sobrados em condomínios horizontais fechados, tanto para venda quanto locação. Isso ocorreu porque as pessoas se viram muito presas em apartamentos, sem poder utilizar a área de lazer do prédio e, também, por segurança, espaço e conforto” – Fabiana Machado, corretora da Lobato Machado Imobiliária.

Com frequência, há encontros de oportunidades de imóveis com bons valores para investimento, com clientes que gostariam de melhorar sua moradia ou melhorar o valor para venda ou locação.

“Aqui na região de fronteira, tivemos muitos brasileiros que residiam no Paraguai e voltaram para o país, para investir em residência por aqui”, conta. “Essa é uma outra tendência crescente que veio com muita força para Foz do Iguaçu”.

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