
<p>O segundo dia do Cannes Lions 2025 começou com um choque de realidade: metade da população mundial ainda não tem acesso a cuidados básicos de saúde, e um em cada quatro seres humanos vive sem água potável. Foi com esse cenário que o painel “Impact Innovators: Building a Healthier World” abriu as conversas do dia, colocando em pauta o papel da criatividade na construção de soluções urgentes.&nbsp;</p>



<p>Três mulheres lideraram o debate: Serena Williams, investidora e ex-tenista; Catherine Nanda, da Acumen America; e Sheila Redzepi, da Reckitt. Unidas por um propósito claro, apoiar quem inova a partir da urgência, não do privilégio, elas compartilharam iniciativas que mostram como a transformação social pode vir de onde menos se espera. </p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="512" height="342" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-5.png" alt="" class="wp-image-109002" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-5.png 512w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-5-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 512px) 100vw, 512px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Serena destacou a atuação da <em>Serena Ventures</em>, fundo de investimento criado por ela em 2014, cujo portfólio já inclui 85 startups, sendo 76% lideradas por mulheres e 53% por pessoas negras. Catherine trouxe o dado que deu o tom da discussão: apenas 2% do capital de risco global vai para fundadoras mulheres, apesar de estudos mostrarem que empresas lideradas por elas geram 35% mais retorno financeiro. E Sheila mostrou como a Reckitt está apoiando mais de 60 inovações em saúde e higiene em 13 países, priorizando soluções criadas por quem vive os problemas, desenvolvido no Paquistão para facilitar o transporte de água em regiões com acesso precário. </p>



<h2 class="wp-block-heading"><strong>Silêncio, atenção e liberdade criativa</strong>&nbsp;</h2>



<p>No mesmo dia, o músico e produtor James Blake levou a plateia a uma viagem pela sensibilidade. Vencedor do GRAMMY® e colaborador de nomes como Beyoncé, Frank Ocean e Travis Scott, Blake defendeu a proteção do silêncio e da atenção como ferramentas criativas em tempos dominados por algoritmos. Para ele, a liberdade artística não é a ausência de estrutura, mas o espaço seguro para testar, sentir e errar. “A magia acontece no espaço entre as distrações”, afirmou. </p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="512" height="342" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-6.png" alt="" class="wp-image-109003" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-6.png 512w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-6-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 512px) 100vw, 512px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Blake também falou sobre a necessidade de modelos mais justos de produção e distribuição musical, nos quais o artista tenha controle sobre sua narrativa, um paralelo direto com a indústria criativa atual, onde autenticidade se tornou valor de marca. </p>



<h2 class="wp-block-heading"><strong>IA e criatividade: aliados, não rivais</strong>&nbsp;</h2>



<p>Outro painel de destaque foi protagonizado por Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI e cofundador da DeepMind, ao lado da criativa Colleen DeCourcy. A conversa girou em torno de uma provocação essencial: como a inteligência artificial pode ampliar, e não suprimir, a capacidade humana de criar? </p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="512" height="342" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-7.png" alt="" class="wp-image-109004" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-7.png 512w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-7-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 512px) 100vw, 512px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Suleyman propôs uma visão otimista e pragmática. Para ele, estamos testemunhando o surgimento dos primeiros “companheiros digitais criativos”, capazes de atuar com inteligência emocional (EQ) e colaborar de maneira mais fluida com humanos. Mas ele fez um alerta: “A IA precisa ser construída para nos servir, não o contrário.”&nbsp;</p>



<p>DeCourcy reforçou que os melhores trabalhos ainda nascem da fricção, do erro e do acaso criativo. Em sua visão, criatividade é emoção, instinto e imperfeição. O recado aos criativos foi claro: a IA pode nivelar o jogo, mas o que seguirá fazendo diferença é quem direciona a máquina. </p>



<h2 class="wp-block-heading"><strong>Marcas sob pressão, consumidores em alerta</strong>&nbsp;</h2>



<p>O segundo dia também deu palco a um painel com Richard Edelman (Edelman), Nikki Haley (ex-embaixadora da ONU) e Dan Schulman (ex-CEO da PayPal). A conversa girou em torno da nova era da confiança. </p>



<p>Segundo a pesquisa “Brand Trust 2025”, apresentada por Edelman, as marcas se tornaram as instituições mais confiáveis do mundo, não por mérito, mas por falta de alternativas. Em um cenário de crises sanitárias, econômicas e políticas, a expectativa sobre empresas aumentou. Consumidores agora buscam estabilidade emocional e financeira, e cobram clareza, posicionamento e ação concreta. </p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="512" height="342" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-8.png" alt="" class="wp-image-109005" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-8.png 512w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-8-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 512px) 100vw, 512px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Dan Schulman fez um alerta sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho: entre 15% e 25% dos empregos nos países desenvolvidos podem desaparecer nos próximos 3 a 5 anos. A recomendação? Marcas devem se preparar não apenas com tecnologia, mas com propósito genuíno e escuta ativa. </p>



<h2 class="wp-block-heading"><strong>A criatividade como patrimônio de longo prazo</strong>&nbsp;</h2>



<p>Fechando o ciclo de painéis, Marc Pritchard, Chief Brand Officer da P&amp;G, entregou uma aula sobre a construção de marcas duradouras. Para ele, os princípios fundamentais da boa publicidade seguem mais vivos do que nunca: conhecer profundamente o consumidor, respeitar o DNA da marca, valorizar a repetição e cultivar relações criativas sólidas. </p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="512" height="342" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-9.png" alt="" class="wp-image-109006" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-9.png 512w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Imagem-materia-9-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 512px) 100vw, 512px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Com exemplos que incluíram Ariel, Charmin e Head &amp; Shoulders, Pritchard reforçou que consistência e conexão emocional ainda são os caminhos mais eficientes para criar campanhas memoráveis. E deixou um lembrete simples: “Mesmo com todo o caos ao redor, ainda podemos construir marcas em que as pessoas confiem, que gerem crescimento e durem uma vida inteira.”&nbsp;</p>



<h2 class="wp-block-heading"><strong>E o Brasil? Mais 18 Leões, dois Grand Prix e três Ouros</strong>&nbsp;</h2>



<p>Na premiação, o brilho brasileiro voltou a se destacar. O país conquistou dois Grand Prix, três Ouros, cinco Pratas e oito Bronzes, somando 18 novos Leões no segundo dia do festival. </p>



<p>O primeiro Grand Prix foi para a GUT, com a campanha “Call of Discounts” para o Mercado Livre, na categoria <em>Entertainment for Gaming</em>. A ação transformou o game <em>Call of Duty</em> em um ambiente promocional dinâmico, com Neymar Jr. e Nobru distribuindo cupons de desconto em tempo real. </p>



<p>O segundo Grand Prix foi para a Artplan, com o projeto “Nigrum Corpus” para o Instituto de Educação Médica (Idomed), na categoria <em>Industry Craft</em>. A campanha também levou Ouros em <em>Design</em> e <em>Health &amp; Wellness</em>, consolidando-se como um dos trabalhos brasileiros mais potentes desta edição. </p>



<p>Outros destaques do dia incluem:&nbsp;</p>



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<li><strong>“Caverna do Dragão: O Episódio Perdido”</strong>, da Ogilvy para a Hasbro, que conquistou Ouro em <em>Entertainment</em>, ao entregar um final inédito e emocionante para a série querida pelos brasileiros.&nbsp;</li>
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<li><strong>“Plastic Blood”</strong>, da DM9 para Oka Biotech, que voltou a ser premiada com Ouro em <em>Design</em>, além de Pratas e Bronzes em outras categorias.&nbsp;</li>
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<li>O Brasil também garantiu prêmios para projetos desenvolvidos por Africa Creative, VML, Grey, Talent, Lew’Lara\TBWA e AKQA.&nbsp;</li>
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DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.

Com discussões que atravessaram temas como inovação social e confiança nas marcas, o segundo dia do festival mais importante da indústria criativa foi marcado por uma performance de destaque para o Brasil.