
<h2 class="wp-block-heading">David Droga revisita sua trajetória e ensina: criatividade é cuidado, coragem e curiosidade</h2>



<p>O dia começou com um momento raro e memorável: David Droga, fundador da Droga5 e atual CEO da Accenture Song, subiu ao palco para revisitar os marcos criativos de sua carreira, e refletir sobre o que realmente faz uma ideia atravessar o tempo.</p>



<p>Sem fórmulas prontas, Droga contou como, ainda jovem na Austrália, descobriu que poderia ser pago para imaginar. Desde então, fez escolhas guiadas por inquietação: mudou de país, testou novos formatos e ajudou a redefinir o jeito de contar histórias na publicidade.</p>



<p>Foi dele, por exemplo, o primeiro <em>case study</em> em vídeo apresentado no Cannes Lions, o icônico projeto “Still Free”, para Mark Ecko, que simulava um grafite no avião presidencial dos EUA. Depois vieram campanhas como o “Tap Project” da UNICEF (que arrecadou US$ 10 milhões transformando água da torneira em doações) e “Decoded”, que espalhou páginas da autobiografia de Jay-Z por locais físicos dos EUA, criando uma caça ao tesouro editorial.</p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="707" height="472" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103321.png" alt="" class="wp-image-109038" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103321.png 707w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103321-300x200.png 300w" sizes="(max-width: 707px) 100vw, 707px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Ao relembrar “The Truth is Worth It”, para o <em>The New York Times</em>, Droga destacou um ponto fundamental: saber quando não exagerar. “Nada que a gente criasse seria mais impactante do que o que o Times já produz. Nosso papel foi orquestrar o silêncio com respeito.”</p>



<p>Droga resumiu sua filosofia em três pilares: comece pelo impacto, abrace o desconforto e, acima de tudo, se importe de verdade com o que está criando.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Relações criativas que desbloqueiam ideias</h2>



<p>Em outro painel marcante, Jonathan Kneebone (fundador da The Glue Society) e o jovem diretor Billy King compartilharam como a potência das parcerias criativas pode transformar carreiras e dar origem a obras memoráveis.</p>



<p>Com mediação de Franki Goodwin, da Saatchi &amp; Saatchi London, os dois contaram como o apoio mútuo e o espaço para experimentação foram fundamentais para o desenvolvimento de projetos que envolvem o público de maneira ativa e emocional. “Criar é encontrar alguém que desbloqueia em você algo que você nem sabia que existia”, afirmou Billy.</p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="733" height="460" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103409.png" alt="" class="wp-image-109039" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103409.png 733w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103409-300x188.png 300w" sizes="(max-width: 733px) 100vw, 733px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>A mensagem foi clara: coletividade verdadeira gera mais impacto que o ego individual, e grandes ideias nascem de relações baseadas em confiança, escuta e complementaridade.</p>



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa da IA na publicidade</h2>



<p>Sob a liderança de Sir Martin Sorrell, fundador da WPP, um painel com Linda Shen (MiniMax) e Tanzan Syed (General Atlantic) traçou um panorama detalhado da transformação provocada pela inteligência artificial na publicidade, especialmente na criação e produção de conteúdo em vídeo.</p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="722" height="470" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103428.png" alt="" class="wp-image-109040" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103428.png 722w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103428-300x195.png 300w" sizes="(max-width: 722px) 100vw, 722px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Segundo os especialistas, estamos saindo de uma lógica linear, feita de câmeras e locações físicas, para um modelo multimodal, em tempo real e altamente escalável. Isso permite mais conteúdo, mais rápido, com menos custos e abre espaço para marcas pequenas competirem com grandes anunciantes.</p>



<p>Mas junto com as possibilidades vêm os desafios: medo da perda de empregos, controle criativo e uniformização estética. Para Linda Shen, a IA não elimina o papel do criador, ela amplia. “Criação com IA é coautoria, não substituição”, afirmou. E Tanzan complementou: “A IA para vídeo ainda está no seu pior nível. A partir daqui, só melhora.”</p>



<p>A provocação central foi direta: <strong>quem souber usar bem essa tecnologia criará vantagem real. Quem resistir, ficará para trás.</strong></p>



<h2 class="wp-block-heading">Entre a cultura e a tecnologia: a criatividade nas interseções</h2>



<p>Nick Law, da Accenture Song, encerrou o dia com uma palestra provocadora sobre como cultura e tecnologia não são opostos, mas forças que se moldam mutuamente.</p>



<p>Para ele, toda criatividade é tecnológica por definição. A diferença entre uma produção comum e uma ideia extraordinária está na intenção estratégica. Em um mundo saturado de estímulos e conteúdo, o criador precisa buscar o equilíbrio entre utilidade e beleza, personalização e narrativa coletiva.</p>


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<figure class="aligncenter size-full"><img decoding="async" loading="lazy" width="726" height="471" src="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103450.png" alt="" class="wp-image-109041" srcset="https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103450.png 726w, https://deolhonomercado-prd.s3.amazonaws.com/deolhonomercado/wp-content/uploads/2025/06/Captura-de-tela-2025-06-24-103450-300x195.png 300w" sizes="(max-width: 726px) 100vw, 726px" /><figcaption class="wp-element-caption">Imagem: Globo</figcaption></figure></div>


<p>Law também alertou para o risco da “personalização cega”: quando tudo é feito para agradar individualmente, perde-se a capacidade de tocar emocionalmente o coletivo. “As pessoas choram vendo filmes não porque foram feitos para elas, mas porque dizem algo sobre todos nós”, pontuou.</p>



<p>Segundo ele, a IA fará o “como” com perfeição. Mas o “porquê” e o “o quê” continuam sendo responsabilidade humana. Cabe aos criadores manter ambição, bom gosto e sensibilidade.</p>


DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.

Com painéis que equilibraram memória e reinvenção, o quarto dia do maior festival de criatividade do mundo reforçou o papel da curiosidade, das conexões humanas e da tecnologia como aliada estratégica.