Não tem como ser diferente: o Paraná é o segundo maior produtor de grãos e o maior produtor de carnes do Brasil, mesmo tendo menos de 2,5% do território nacional.  Um dos motores da economia do estado, <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/onde-investir-em-2016-nos-campos-gerais-do-parana/" target="_blank" rel="noopener">o agronegócio tem ajudado</a> a levantar o nosso PIB, trazendo ainda mais desenvolvimento aos municípios do interior. Só em 2015, o setor foi responsável por 78% de todo o valor exportado pelo Paraná. Foi a maior participação já registrada na série histórica desde 2000, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (MIDC).
Vários fatores têm influenciado<a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/a-comunicacao-como-ferramenta-para-o-setor-de-agronegocios/" target="_blank" rel="noopener"> o campo a prosperar</a> por aqui: as excelentes safras agrícolas, principalmente de soja; câmbio mais favorável à exportação; consolidação da agroindústria &#8211; que tem ajudado produtores a agregar valor ao seu trabalho-; expansão da pecuária de leite, carne e do setor de frangos, que tem corrido atrás de novas tecnologias; o cooperativismo cada vez mais unido. E, claro, o elemento fundamental da receita: o jeito paranaense de <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/inovacao/inovacao-em-foco-toledo-recebe-maratona-de-startups/" target="_blank" rel="noopener">buscar inovação</a> em meio às dificuldades.
<h2>Desenvolvimento em cadeia: agronegócio é fonte de prosperidade</h2>
<figure id="attachment_3553" aria-describedby="caption-attachment-3553" style="width: 474px" class="wp-caption alignleft"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Agronegocio-Julio-Suzuki-Junior.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-3553 size-large" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Agronegocio-Julio-Suzuki-Junior-1024x683.jpg" alt="Julio Suzuki, do IPARDES, apresenta o crescimento econômico do Paraná, que passa a ser o 4º estado no país. Curitiba, 19/11/2015. Foto: Pedro Ribas/ANPr" width="474" height="316" /></a><figcaption id="caption-attachment-3553" class="wp-caption-text">Julio Suzuki, do IPARDES, apresenta o crescimento econômico do Paraná, que passa a ser o 4º estado no país. Foto: Pedro Ribas/ANPr</figcaption></figure>
Os avanços no campo têm efeito multiplicador, explica Julio Suzuki Junior, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (IPARDES), pois não beneficiam apenas o produtor rural. Estes resultados conseguem, indiretamente, fortalecer áreas como o comércio e o <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/toledo-cidade-do-agronegocio-tem-destaque-nacional/" target="_blank" rel="noopener">setor de serviços</a> gerando emprego e renda no interior. “O agronegócio, para nós, é um vetor de diminuição das desigualdades regionais. Sempre se ouvia falar que a economia do estado só ficaria próxima a Curitiba, mas isso tem mudado nos últimos anos”, acredita Julio.
Prova disso é que população das principais regiões agrícolas  viu sua renda crescer quase o dobro da média brasileira. O dado vem de um levantamento feito pelo IPARDES, com base no cruzamento de dados do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, referentes a 2010 e 2013, e o valor da produção divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É um crescimento em cadeia, que leva à frente <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/terra-roxa-exemplo-de-empreendedorismo-e-capital-nacional-da-moda-bebe/" target="_blank" rel="noopener">outros setores</a> que são impactados pelo excelente desempenho do agronegócio”, afirma Julio.
O maior crescimento detectado no período do levantamento ficou com Tibagi, município dos Campos Gerais com forte produção de grãos. O município ficou em segundo lugar no ranking de produção agrícola do Paraná e a renda per capita chegou a cresceu mais de 90% entre 2010 e 2013. “Tibagi tem demonstrado excelentes resultados em termos de produtividade”, destaca o presidente do Ipardes.
Para Adriano Mileski, presidente da Associação Comercial Empresarial e Turística de Tibagi (ACETT), a cidade também tem outra característica que tem acelerado o desenvolvimento da cidade: o turismo ecológico. “O agronegócio nos ajuda indiretamente, mas nós também temos a nossa essência. Tibagi é bastante conhecida pelas paisagens e sempre atrai <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/parques-natureza-yoga-saude-no-parana-tem/" target="_blank" rel="noopener">turistas em busca de natureza</a>”, afirma Mileski.
A arrecadação tributária em cima das atividades no campo reverte-se em desenvolvimento, explica o presidente da Acett. No entanto,  é importante que o setor de comércio e serviços se espelhe em <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/o-ano-comecou-apostas-e-tendencias-de-negocios-para-2016/" target="_blank" rel="noopener">outras iniciativas </a>do estado e se una para acelerar ainda mais o desenvolvimento de Tibagi. Dos 200 comércios da cidade, apenas 64 estão ligados à Acett, o que diminui a competitividade do mercado local.  Um bom exemplo para se inspirar? Cooperativas!
<h2>A união que faz a força</h2>
<figure id="attachment_3569" aria-describedby="caption-attachment-3569" style="width: 474px" class="wp-caption alignright"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Agronegocio-Flavio-Turra-Ocepar.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="size-large wp-image-3569" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Agronegocio-Flavio-Turra-Ocepar-1024x683.jpg" alt="O fruto da união não podia ser diferente: as cooperativas responderam por 56% do PIB agropecuário do Paraná em 2015" width="474" height="316" /></a><figcaption id="caption-attachment-3569" class="wp-caption-text">O fruto da união não podia ser diferente: as cooperativas responderam por 56% do PIB agropecuário do Paraná em 2015. Flávio Turra, da Ocepar, destaca que sem a união as condições de crescimento seriam bem diferentes</figcaption></figure>
O Paraná é um dos grandes exemplos nacionais no desenvolvimento do sistema de cooperativas. Atualmente, 30% da população paranaense &#8211; mais de 3  milhões de pessoas &#8211; dependem diretamente das ações das cooperativas e, juntas, conseguiram alavancar a economia local. “São pequenos e médios produtores que uniram para buscar fortalecimento. Sem esta união, as condições de crescimento seriam bem menores. Hoje, 55% da capacidade de armazenagem do estado vem das cooperativas”, afirma Flávio Turra, gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar.
Mas o que surpreende é que as cooperativas não param de crescer: entre 2014 e 2015, o número de cooperados cresceu 20,4% e foram contratados mais 2.759 funcionários, segundo dados do Sistema Ocepar. Para 2016, o setor estima crescer 10% e, caso aconteça, a expectativa é que a movimentação fique acima de R$ 62 bilhões. Alguns desafios podem dificultar essa caminhada, como a instabilidade política e econômica do país, mas é aí que entra a resiliência dos produtores paranaenses e a força do agronegócio.

DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.